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5. COMO PODEMOS ENVOLVER OS PÚBLICOS NAS INSTITUIÇÕES CULTURAIS?

São diversos os processos de democratização, democracia e fruição cultural que conduzem ao nascimento de projetos e organizações que têm como principal objetivo, tal como a mediação, a aproximação com as comunidades. Estas comunidades formam públicos, indivíduos com características diferentes, quer sejam elas étnicas, ideológicas, sociais ou políticas. A aproximação cada vez mais familiar com a cultura, cria processos de inclusão, autoconhecimento e relacionamento com diferentes práticas culturais e artísticas. É assim que os públicos destas instituições se tornam tão latos.  

Para discutir esta questão, recebemos Cristina Campos e Sara Barriga, duas profissionais com larga experiência em métodos de envolvimento dos públicos nas intuições e os proveitos da participação ativa dos mesmos.

Sara Barriga, subcomissária do Plano Nacional das Artes (PNA), deseja transformar a escola tornando-a mais aberta e inclusiva, aproximando a comunicação entre a comunidade escolar e os artistas/organizações culturais. O PNA surgiu através de muitos outros Planos, desde os anos 70, mas hoje contraria a estratégia anteriormente utilizada, sendo que a intenção é a de derrubar os muros que desunem a sociedade e a escola. Desta forma, o PNA pretende “trabalhar com os cidadãos mais jovens nesta relação com as artes e com a cultura, pensando numa atitude cívica, numa educação para a cidadania” sendo incorreto privá-los desta envolvência, com os artistas, equipamentos culturais e autarquias. É este desconfinamento que aproxima as artes das escolas - “a ideia do plano é sempre territorializar as aprendizagens com os contextos”.

Cristina Campos, colaboradora externa no Serviço Educativo (SE) da Fundação Calouste Gulbenkian, declara uma preocupação do Museu Gulbenkian com o alargamento de públicos através da programação para aqueles que não têm uma relação com o museu, através uma programação mais participativa. O SE da Gulbenkian acredita que a programação deve ser realizada “cada vez mais com os públicos e não para os públicos”. No contexto de museu ainda “existe muito preconceito, muito distanciamento, muita rejeição”, uma vez que se continua a acreditar que o espaço museológico é muito fechado. No entanto, começa a existir uma desmistificação com a programação participativa e inclusiva desta conceção, que no início se torna estranho para a comunidade: “Os públicos não devem ser notados como usufruidores de um produto de uma instituição, mas sim envolvê-los desde o começo”.

            A cultura e as artes têm dentro de si uma fonte de informação muito alargada que deve ser percecionada de diferentes formas e transmitida de outras tantas. A obra de arte não deve ser apreciada de forma passiva, “deve existir mediação que vai questionar as pessoas de uma maneira mais profunda. A mediação e a educação estão neste lugar para aprofundar as relações”. Será exatamente este o papel do mediador: fomentar a aproximação do público à arte?

 

“O lugar da mediação, é um lugar de estimular a inquietação”

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Associação Portuguesa de Mediação Artística e Cultural 2023

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